A princípios do sétimo milênio antes do nascimento de Cristo, populações numerosas ocuparam o território chadiano. Em finais do primeiro milênio antes de Cristo, vários estados e impérios desapareceram na zona central do país, todos eles dedicados a controlar as rotas do comércio transaariano que cruzavam a região. No século XIX, com a Conferência de Berlim, a França conquistou e colonizou este território e o incorporou à África Equatorial Francesa. Em 11 de agosto de 1960, a independência foi proclamada, pela liderança de François Tombalbaye. Em 1965, revoltas contra a política do país fizeram com que os muçulmanos da região norte entrassem em uma guerra civil. Assim, em 1979, rebeldes tomam a capital do país e puseram fim à hegemonia dos cristãos da região sul. Entretanto, comandantes rebeldes permaneceram em conflito constante até Hissène Habré se impor ante seus riviais, mas em 1990 Idriss Déby derrotou-o. Recentemente, o conflito de Darfur no Sudão atravessou a fronteira e gerou o conflito entre Chade e Sudão, com centenas e milhares de refugiados vivendo em acampamentos no leste do país.
Enquanto existem vários partidos políticos ativos no país, o poder recai firmemente nas mãos do presidente Déby e seu partido, o Movimento Patriótico de Salvação. No Chade ainda ocorre violência política e frequentes golpes de estado. Atualmente, o Chade é um dos países mais pobres e com maior índice de corrupção no mundo. A maioria de sua população vive abaixo da linha de pobreza. Desde 2009, o petróleo passou a ser a maior fonte exportações no país, sobrepassando a tradicional indústria de algodão.
A partir do sétimo milênio antes de Cristo, as condições ecológicas em parte do território chadiano favoreceram os assentamentos humanos e a região apresentou um alto crescimento demográfico. Alguns dos sítios arqueológicos mais importantes se encontram no Chade, entre eles destaca-se a região do Borkou-Ennedi-Tibesti.4 5 Por mais de dois mil anos, o Chade estava sendo povoado por grupos agrícolas sedentários e várias civilizações foram assentadas na região. A primeira delas foi a civilização Sao, conhecido por seus simples artefatos e tradições orais. Os sao caíram ante o Império de Kanem,6 7 o primeiro mais duradouro dos impérios que se assentaram na região que corresponde atualmente ao Sahel chadiano durante o primeiro milênio depois de Cristo. O período do império Kanem e de seus sucessores foi baseado no controle de rotas do comércio transaariano que cruzava a região.5 Esses estados nunca estenderam seu domínio até os vales férteis do sul, exceto para o comércio de escravos.8
A partir de 1900, o Império Colonial Francês deu passo para a criação do Territoire Militaire des Pays et Protectorats du Tchad. Em 1920, a França havia assegurado o controle absoluto da colônia e incorporou o território do Chade à África Equatorial Francesa.9 O domínio francês no Chade foi caracterizado pela ausência de políticas para unificar o território e retardar a modernização. Os franceses viam a colônia como uma importante fonte de mão de obra barata e algodão, onde em 1929 a França introduziu a produção de grande escala desta matéria prima. Durante a administração colonial do Chade, os governadores se apoiavam de elementos do serviço militar francês. Apenas a parte sul do país era governada de maneira efetiva, já que no norte e no leste do país a presença francesa era escassa, o que levou a um sistema educacional deficiente.5 10 Após a Segunda Guerra Mundial, o Chade passou a ser um departamento ultramarino francês, para que seus habitantes tivessem o direito de eleger os representantes na Assembleia Nacional Francesa e a criação de uma assembleia chadiana. O maior partido político da época era o Partido Progressista Chadiano, com bases localizadas na parte sul do país. O Chade obteve sua independência em 11 de agosto de 1960, com o líder do partido, François Tombalbaye, que se tornou o primeiro presidente.5 11 12
Dois anos depois, Tombalbaye dissolveu os partidos de oposição e estabeleceu o unipartidarismo. O governo autocrático e Tombalbaye e sua má administração geraram tensões entre as distintas etnias do país e em 1975 os muçulmanos iniciaram uma guerra civil. Tombalbaye foi assassinado em 1975,13 mas o conflito continuou. Em 1979 as facções rebeldes tomaram a capital e todas as autoridades civis sofreram um colapso e o poder do país passou para os rebeldes armados, a maioria provenientes do norte do país.14 15 A desintegração do Chade provocou o colapso da presença francesa no país. A Líbia tentou tomar o controle do país e se envolveu na guerra civil.16 Em 1987, a aventura líbia terminou em desastre, quando o presidente Hissène Habré, apoiado pela França, invocou que os chadianos se unissem em apenas um grupo como nunca havia se visto antes,17 e assim obrigar o exército líbio a se retirar.18
Habré consolidou sua ditadura atrabés de um sistema de corrupção e violência. Ao redor de quatrocentas mil pessoas foram assassinadas durante seu mandato.19 20 O presidente favoreceu sua tribo de origem, a daza, e discriminou os membros de sua tribo inimiga, os zaghawa. Em 1990, o general Idriss Déby o derrubou.18
Déby tentou reconciliar os rebeldes e reintroduziu o unipartidarismo. Por meio de um referendo os chadianos aprovaram uma nova constituição e, em 1996, Déby genhou as eleições presidenciais.21 Em 2001, começou no país a atividade da exploração do petróleo, que trouxe consigo esperanças que o Chade teria de alcançar a paz e a prosperidade. Entretanto, conflitos internos empenharam e se instalou uma nova guerra civil. Unilateralmente, Déby modificou a constituição para manter o máximo de dois períodos para cada presidente, o que ocasionou controvérsia entre civis e partidos de oposição.22 Desta forma, em 2006 Déby ganhou pela terceira vez as eleições presidenciais. Em 2006 e 2008, os rebeldes tentaram tomar novamente a capital do país, mas sem êxito. No leste do Chade, a violência étnica tem aumentado. Os membros do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados advertem um genocídio similar, tal como ocorre em Darfur, pode estar presente no Chade.